Moçambique é,
como outros, um país de origem e trânsito de tráfico, incluindo de menores,
tendo principalmente para a África do Sul como país de destino.
Existe também
evidência de tráfico de pessoas a nível interno, normalmente das zonas rurais
para as zonas urbanas. Pesquisas sobre o assunto demonstram que o fenómeno é
agravado pela existência de uma dupla vulnerabilidade: social e institucional.
A nível social, jogam papel importante as
dificuldades quotidianas da maior parte das famílias moçambicanas o que permite
que crianças, jovens e seus pais sejam aliciados; a crença de que “órgãos
humanos magicamente tratados podem resolver problemas sociais” também contribui
para esta prática.
A nível institucional
foram considerados quatro aspectos:
o fraco controlo
sobre as fronteiras nacionais devido a exiguidade de polícias e recursos
técnicos; a facilidade com que os agentes policiais se deixam corromper nas
fronteiras; a dificuldade de aplicar o código penal e a inexistência de um
instituto de adopção para controlar o processo e monitorar o bem-estar da
criança adoptada (UNESCO, 2006 & Serra, 2006).[1]
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